Para passar mais tempo junto à natureza, é possível criar uma composição paisagística, independente do espaço disponível, para cultivar plantas ornamentais
Para os amantes de natureza ou aqueles que já se cansaram da monotonia do cinza urbano, ter o próprio jardim é um sonho possível de ser realizado, independente do espaço disponível. Basta saber cultivar e escolher as plantas apropriadas para cada local, seja ele um pequeno vaso, um conjunto deles alocados em canto especial da casa ou mesmo pequenas áreas externas. Assim, o verde e o colorido das flores reinam absolutos, transformando o ambiente, com um toque de alegria e de aconchego.
Seguindo esta linha, sacadas e corredores podem abrigar jardins particulares, criados para os momentos de descanso ou de lazer, oferecendo, inclusive, a oportunidade do morador descobrir que a jardinagem pode ser um novo hobby. Para isso, são necessários alguns cuidados especiais e o planejamento é o mais importante deles. A tarefa inclui definir o tamanho da área que será modificada, a disposição das plantas e dos objetos, a escolha dos utensílios necessários — como vasos, floreiras e equipamentos de jardinagem — e como será feita a manutenção. Esses passos garantem a harmonia do jardim desejado.
Sem limites
Nos projetos da arquiteta e paisagista Andréa Esteves, o local e a quantidade de aplicação do verde nunca foram limitadores. Pelo, contrário, ela sempre coloca as plantas como protagonistas de suas criações e tem notado que, nos últimos anos, é exatamente essa a solicitação dos clientes. Portanto, o espaço disponível e os cuidados com a conservação já não preocupam mais. Andréa avalia todas as questões que envolvem a implantação para que a escolha das espécies e os sistemas de manutenção sejam adequados para cada situação.
No caso dos projetos com pouco espaço, por exemplo, a paisagista usa o recurso dos cachepôs, dos mais variados estilos, cores e modelos, ou das chamadas plantas aéreas, fixadas por ganchos. Também utiliza materiais que antes não passavam de descarte, como os pallets, para montagem de painéis verticais, onde aplica vasos de parede, ou potinhos de geleia que recebem plantas com pouca rega, como espécies de suculentas, entre outras.
Andréa usa prateleiras e painéis cerâmicos verticais para implantar espécies muito conhecidas por serem usadas nos antigos “alpendres da vovó”, como samambaias, rendas portuguesas, avencas, antúrios, entre outros. Essas plantas precisam de rega e de luminosidade, mas não há necessidade de sol direto, cada vez mais escasso nos edifícios e nos grandes centros urbanos. Mesmo em residências com mais espaço, a paisagista indica uma atenção especial aos cantos e aos espaços internos, já que se busca essa proximidade cada vez maior com o natural. “Já não basta ter um lindo jardim externo, queremos o verde bem pertinho da gente”, reforça Andréa.
Foi justamente essa a proposta que ela desenvolveu para a pedagoga Vitória Bravo. “Meu jardim é meu refúgio e tê-lo por perto em meio à correria do dia a dia é como poder ser transportada para outro lugar. Não imaginava que em um apartamento eu poderia ter um jardim tão aconchegante. Quando recebo visitas, as pessoas querem ficar aqui. Ele é meu hobby, minha paixão, minha calma”, confidencia Vitória.
A diretora financeira Neide Manfredi também partilha desse prazer. Ela revela que plantas, flores, árvores, frutas, pássaros e a natureza sempre fizeram parte da sua vida. “Minha mãe sempre amou as flores e as plantas, por isso, tinha muitas delas, seja em vasos, em jardins ou no sítio da família. Mesmo não tendo herdado dela o ‘dedo verde’, para mim, é inconcebível uma casa que não tenha plantas. Acho que alegram, dão cor e vida, além de trazer frescor a qualquer ambiente”, aponta Neide, ressaltando que seu recanto preferido da casa é o lugar que pode sentar e admirar uma parte do jardim, com suas folhagens e flores, e também a jabuticabeira, que, além de proporcionar sombra deliciosa, atrai vários pássaros e ainda dá frutos com gosto de infância.
Decisão na planta
Mesmo com pouco espaço externo, com a ajuda de uma paisagista, a assistente social Telma Sanches Vendrúscolo decidiu fazer pequenos jardins, já na planta da casa. “Tinha o sonho de fazer as refeições olhando para o jardim. Gostaria também que tivesse orquídeas, pois adoro essas flores. Outro desejo era um jardim vertical na janela da sala de estar. Os sonhos foram realizados e eles são minha alegria”, confidencia. Para a manutenção das orquídeas, ela tem a ajuda do biólogo Breno Furlan Bueno e, o jardim vertical é cuidado com carinho pelo jardineiro. “Como trabalho o dia todo, não tenho muito tempo livre para cuidar disso, mas reconheço que mesmo pequenos espaços merecem o máximo de atenção”, admite Telma.
Moldura e alma
Quando a publicitária Paula Titoto projetou sua casa, um dos itens que elencou como fundamental foi o jardim. Além de gostar muito de plantas e de flores, ela acredita que o jardim é a moldura e a alma de uma casa. Não somente alegra e dá vida, mas complementa com toque especial o projeto de arquitetura. “Fiquei muito feliz com o resultado, pois procurei um estilo mais tropical, que combinasse com o nosso clima e o meu cotidiano, estilo de vida. De todo o jardim, o corredor dos quartos é o meu canto preferido, sem dúvida. É um colírio para os meus olhos e recarga de energias positivas. Sinto como se estivesse na fazenda, em contato direto com a natureza. Tenho a sensação de paz e de vida ao abrir as portas dos quartos todos os dias pela manhã e ver esse corredor longilíneo todo verde e florido”, garante Paula.
Em todos os cantos
Na casa da funcionária pública Heloisa Fiorotto, o paisagismo tem uma força muito grande em todos os ambientes, inclusive nos banheiros. O jardim interno, com o uso de pedras e de madeira, conferiu ao ambiente um aconchego e uma energia tão especial que o local passou a ser mais uma área de convivência. “Esse jardim se tornou uma espécie de retiro espiritual para mim. Sempre fico aqui quando quero me isolar e relaxar”, afirma Heloisa.
Cantinho preferido
Apaixonada por plantas, a empresaria Thalita Pereira Peixoto criou vários jardins particulares. Entre eles, um muito especial na cozinha, onde revela ser seu cantinho preferido no apartamento. “É aqui que cozinho com a família, recebemos nossos amigos e brindamos a vida. Um espaço que traz toda alegria, harmonia e equilíbrio. Para isso, o verde foi de extrema relevância para nós. Plantas, flores, temperos e cores deixam o lugar mais leve, agradável, receptivo e feliz”, enfatiza Thalita, observando, ainda, que o pequeno jardim da cozinha proporciona os temperos orgânicos para as receitas especiais, compartilhadas com a família e com os amigos.
Jardim particular
Por Rose Rubini
Para passar mais tempo junto à natureza, é possível criar uma composição paisagística, independente do espaço disponível, para cultivar plantas ornamentais
Para os amantes de natureza ou aqueles que já se cansaram da monotonia do cinza urbano, ter o próprio jardim é um sonho possível de ser realizado, independente do espaço disponível. Basta saber cultivar e escolher as plantas apropriadas para cada local, seja ele um pequeno vaso, um conjunto deles alocados em canto especial da casa ou mesmo pequenas áreas externas. Assim, o verde e o colorido das flores reinam absolutos, transformando o ambiente, com um toque de alegria e de aconchego.
Seguindo esta linha, sacadas e corredores podem abrigar jardins particulares, criados para os momentos de descanso ou de lazer, oferecendo, inclusive, a oportunidade do morador descobrir que a jardinagem pode ser um novo hobby. Para isso, são necessários alguns cuidados especiais e o planejamento é o mais importante deles. A tarefa inclui definir o tamanho da área que será modificada, a disposição das plantas e dos objetos, a escolha dos utensílios necessários — como vasos, floreiras e equipamentos de jardinagem — e como será feita a manutenção. Esses passos garantem a harmonia do jardim desejado.
Sem limites
Nos projetos da arquiteta e paisagista Andréa Esteves, o local e a quantidade de aplicação do verde nunca foram limitadores. Pelo, contrário, ela sempre coloca as plantas como protagonistas de suas criações e tem notado que, nos últimos anos, é exatamente essa a solicitação dos clientes. Portanto, o espaço disponível e os cuidados com a conservação já não preocupam mais. Andréa avalia todas as questões que envolvem a implantação para que a escolha das espécies e os sistemas de manutenção sejam adequados para cada situação.
No caso dos projetos com pouco espaço, por exemplo, a paisagista usa o recurso dos cachepôs, dos mais variados estilos, cores e modelos, ou das chamadas plantas aéreas, fixadas por ganchos. Também utiliza materiais que antes não passavam de descarte, como os pallets, para montagem de painéis verticais, onde aplica vasos de parede, ou potinhos de geleia que recebem plantas com pouca rega, como espécies de suculentas, entre outras.
Andréa usa prateleiras e painéis cerâmicos verticais para implantar espécies muito conhecidas por serem usadas nos antigos “alpendres da vovó”, como samambaias, rendas portuguesas, avencas, antúrios, entre outros. Essas plantas precisam de rega e de luminosidade, mas não há necessidade de sol direto, cada vez mais escasso nos edifícios e nos grandes centros urbanos. Mesmo em residências com mais espaço, a paisagista indica uma atenção especial aos cantos e aos espaços internos, já que se busca essa proximidade cada vez maior com o natural. “Já não basta ter um lindo jardim externo, queremos o verde bem pertinho da gente”, reforça Andréa.
Foi justamente essa a proposta que ela desenvolveu para a pedagoga Vitória Bravo. “Meu jardim é meu refúgio e tê-lo por perto em meio à correria do dia a dia é como poder ser transportada para outro lugar. Não imaginava que em um apartamento eu poderia ter um jardim tão aconchegante. Quando recebo visitas, as pessoas querem ficar aqui. Ele é meu hobby, minha paixão, minha calma”, confidencia Vitória.
A diretora financeira Neide Manfredi também partilha desse prazer. Ela revela que plantas, flores, árvores, frutas, pássaros e a natureza sempre fizeram parte da sua vida. “Minha mãe sempre amou as flores e as plantas, por isso, tinha muitas delas, seja em vasos, em jardins ou no sítio da família. Mesmo não tendo herdado dela o ‘dedo verde’, para mim, é inconcebível uma casa que não tenha plantas. Acho que alegram, dão cor e vida, além de trazer frescor a qualquer ambiente”, aponta Neide, ressaltando que seu recanto preferido da casa é o lugar que pode sentar e admirar uma parte do jardim, com suas folhagens e flores, e também a jabuticabeira, que, além de proporcionar sombra deliciosa, atrai vários pássaros e ainda dá frutos com gosto de infância.
Decisão na planta
Mesmo com pouco espaço externo, com a ajuda de uma paisagista, a assistente social Telma Sanches Vendrúscolo decidiu fazer pequenos jardins, já na planta da casa. “Tinha o sonho de fazer as refeições olhando para o jardim. Gostaria também que tivesse orquídeas, pois adoro essas flores. Outro desejo era um jardim vertical na janela da sala de estar. Os sonhos foram realizados e eles são minha alegria”, confidencia. Para a manutenção das orquídeas, ela tem a ajuda do biólogo Breno Furlan Bueno e, o jardim vertical é cuidado com carinho pelo jardineiro. “Como trabalho o dia todo, não tenho muito tempo livre para cuidar disso, mas reconheço que mesmo pequenos espaços merecem o máximo de atenção”, admite Telma.
Moldura e alma
Quando a publicitária Paula Titoto projetou sua casa, um dos itens que elencou como fundamental foi o jardim. Além de gostar muito de plantas e de flores, ela acredita que o jardim é a moldura e a alma de uma casa. Não somente alegra e dá vida, mas complementa com toque especial o projeto de arquitetura. “Fiquei muito feliz com o resultado, pois procurei um estilo mais tropical, que combinasse com o nosso clima e o meu cotidiano, estilo de vida. De todo o jardim, o corredor dos quartos é o meu canto preferido, sem dúvida. É um colírio para os meus olhos e recarga de energias positivas. Sinto como se estivesse na fazenda, em contato direto com a natureza. Tenho a sensação de paz e de vida ao abrir as portas dos quartos todos os dias pela manhã e ver esse corredor longilíneo todo verde e florido”, garante Paula.
Em todos os cantos
Na casa da funcionária pública Heloisa Fiorotto, o paisagismo tem uma força muito grande em todos os ambientes, inclusive nos banheiros. O jardim interno, com o uso de pedras e de madeira, conferiu ao ambiente um aconchego e uma energia tão especial que o local passou a ser mais uma área de convivência. “Esse jardim se tornou uma espécie de retiro espiritual para mim. Sempre fico aqui quando quero me isolar e relaxar”, afirma Heloisa.
Cantinho preferido
Apaixonada por plantas, a empresaria Thalita Pereira Peixoto criou vários jardins particulares. Entre eles, um muito especial na cozinha, onde revela ser seu cantinho preferido no apartamento. “É aqui que cozinho com a família, recebemos nossos amigos e brindamos a vida. Um espaço que traz toda alegria, harmonia e equilíbrio. Para isso, o verde foi de extrema relevância para nós. Plantas, flores, temperos e cores deixam o lugar mais leve, agradável, receptivo e feliz”, enfatiza Thalita, observando, ainda, que o pequeno jardim da cozinha proporciona os temperos orgânicos para as receitas especiais, compartilhadas com a família e com os amigos.